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Dr. Gustavo Leobas

Tratamento dos Tumores Cerebrais

Há alguns dias comentei aqui sobre os tumores cerebrais e falei brevemente sobre os tipos mais comuns. 

Mas hoje quero mostrar como é feito o tratamento, que na maior parte das vezes envolve a remoção cirúrgica da lesão e em alguns casos precisa ser realizada com o paciente acordado durante todo o procedimento. Interessante né?

Imagem de Ressonância Magnética mostrando tumor cerebral à esquerda. Acervo pessoal.

Após diagnosticar um tumor cerebral precisamos primeiramente avaliar o prognóstico, isto é, a previsão de evolução natural da doença. Também é necessário verificar características individuais do paciente, incluindo doenças prévias (hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas), capacidade de realização das atividades básicas da vida diária (vestir-se, alimentar-se, executar tarefas domésticas) e para o trabalho formal. 

A remoção cirúrgica permanece como o melhor tratamento para a maioria dos tumores cerebrais, mas é realizada apenas quando os benefícios superam os riscos e se existe razoável previsão de ganho na sobrevida associado à recuperação na qualidade de vida com o tratamento. 

A depender da localização, alguns tumores precisam ser removidos com o paciente acordado durante a cirurgia a fim de preservar as funções cerebrais daquela área. Sim, parece assustador, mas é seguro e são utilizados medicamentos para que o paciente não tenha qualquer dor ou desconforto. 

Em um paciente portador de tumor na região cerebral responsável pela fala/linguagem e que ainda possui essa função preservada, por exemplo, podemos conversar com o paciente durante a cirurgia e detectar qualquer prejuízo que surja ao tentar remover determinada parte da lesão. Da mesma forma, um professor de matemática pode fazer cálculos básicos ou um músico pode tocar seu instrumento preferido durante o procedimento cirúrgico e, assim, temos maiores chances de manter sua capacidade para o trabalho. 

Para pacientes muito debilitados e que não podem ser submetidos a uma cirurgia tradicional podemos recorrer a modalidades menos invasivas, como a radiocirurgia. É uma técnica moderna, sem cortes, que utiliza radiação da mesma forma que a radioterapia, mas aqui em altíssimas doses e concentrada na região da lesão por meio de alvos bem definidos. É eficaz em muitos casos e evita danos às partes do cérebro ainda saudáveis.

Após a remoção cirúrgica muitos tumores cerebrais, como as metástases, os gliomas de alto grau e até mesmo meningiomas malignos precisarão de radioterapia e/ou quimioterapia. É o que chamamos de terapia complementar. Isso é avaliado caso a caso pela equipe composta por neurocirurgião, médico oncologista e radioterapeuta.

Enquanto isso, para o futuro, vêm sendo desenvolvidas as chamadas terapias alvo-dirigidas (medicamentos especialmente formulados para atacar apenas as células tumorais e específicas para a assinatura genética de cada tumor). Espera-se que com elas tenhamos menores efeitos colaterais e melhor preservação das funções cerebrais, hoje muitas vezes prejudicadas pelos tratamentos existentes.

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